CARACAS (Reuters) - Dois aviões da Força Aérea da Rússia aterrissaram no principal aeroporto da Venezuela, neste sábado, carregando um oficial russo de Defesa e quase 100 tropas, de acordo com um jornalista local, em meio ao fortalecimento de laços entre Caracas e Moscou.
Um site que acompanha voos mostrou que dois aviões deixaram um aeroporto militar na Rússia com direção a Caracas, na sexta-feira, e outra página que faz o mesmo serviço mostrou que um avião deixou Caracas no domingo.
A reportagem surge três meses depois de as duas nações realizarem exercícios militares em solo venezuelano, que o presidente Nicolás Maduro chamou de um sinal de fortalecimento das relações, mas que Washington criticou como uma invasão da Rússia na região.
O repórter Javier Mayorca escreveu no Twitter, no sábado, que o primeiro avião levou Vasily Tonkoshkurov, chefe de gabinete das forças terrestres, acrescentando que o segundo era um avião de carga carregando 35 toneladas de material.
Um jato com passageiro Ilyushin IL-62 e um avião militar de carga Antonov AN-124 saíram para Caracas, na sexta-feira, do aeroporto militar russo Chkalovsky, parando no caminho na Síria, de acordo com o site de acompanhamento Flightradar 24.
O avião de carga deixou Caracas na tarde de domingo, de acordo com o Adsbexchange, outro site de acompanhamento de voos.
Uma testemunha da Reuters viu o que pareceu ser um jato de passageiro no aeroporto de Maiquetia, neste domingo.
Não ficou imediatamente claro por que os aviões vieram à Venezuela.
O Ministério da Informação da Venezuela não respondeu imediatamente ao pedido por um comentário.
Os ministérios de Defesa e de Relações Exteriores da Rússia não responderam às mensagens buscando um comentário. Um porta-voz do Kremlin também não respondeu.
A administração Trump impôs severas sanções à indústria de petróleo da Venezuela, em uma tentativa de tirar Maduro do poder, e pediu que os líderes militares da Venezuela o abandonassem. Maduro denunciou as sanções como intervencionismo dos EUA e recebeu apoio diplomático da Rússia e da China.
Em dezembro, dois aviões de bombardeio estratégico da Rússia, capazes de carregar armas nucleares, aterrissaram na Venezuela, em uma demonstração de apoio ao governo socialista de Maduro que irritou Washington.
(Reportagem de Carlos Garcia, Carlos Jasso, Diego Oré e Brian Ellsworth em Caracas, e Maria Tsvetkova e Gabrielle Tetrault-Farber em Moscou)
Fonte:Agência Reuters