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AMBIENTALISTAS ALERTAM PARA RETROCESSO
MEIO AMBIENTE
Publicado em 31/10/2018

Ambientalistas e pesquisadores criticaram o anúncio de fusão do Ministério da Agricultura com o do Meio Ambiente , feito na terça-feira pela equipe de transição do presidente eleito, Jair Bolsonaro.

O pesquisador Paulo Amaral, do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), reagiu com preocupação à volta do plano de unir as duas pastas. Para ele, há risco de retrocesso das políticas socioambientais no país.

Caso essa posição seja mantida, a tendência é que a visão seja pensar na produção a qualquer custo. Durante a campanha, essa sinalização já se refletiu numa retomada do crescimento do desmatamento na Amazônia. É preciso abrir um diálogo com os produtores agrícolas para mostrar a importância de o Brasil manter sua agenda ambiental. Se ela for enfraquecida, a mensagem para o resto do munto é muito ruim — disse ele.

Coordenadora de Política e Direito do Instituto Sócio Ambiental (ISA), Adriana Ramos afirmou que o novo formato gera dúvidas:

— O Ministério do Meio Ambiente vai muito além da agenda da Agricultura e, por isso, não fica claro como será dada a solução para as várias demandas da área.

Para Malu Ribeiro, da SOS Mata Atlântica, se o objetivo é enxugar a máquina, haveria saídas melhores:

— Poderia unir meio ambiente ao turismo, por exemplo, como fez a Costa Rica e outros países que exploram o patrimônio natural para um turismo sustentável. Há ainda dentro do Ministério do Meio Ambiente a questão da água, que não diz respeito apenas à agricultura, mas também às áreas urbana e de saúde.

Danicley Aguiar, membro da campanha da Amazonia do Greenpeace, diz que por ser um direito fundamental previsto na Constituição, a questão ambiental merecia  um tratamento mais responsável  por parte do futuro  governo e ressalta que o tipo de política para o setor proposta por Bolsonaro pode causar prejuízo à economia nacional.

-" Tratar o meio ambiente desta forma fatalmente trará prejuízo à economia nacional, colocando-a na contramão do desejo de sustentabilidade já expressado pelos diversos mercados internacionais. Além disso, a mensagem funcionará como combustível para as motosseras que insistem na lógica insana de destruição de biomas como a Amazônia e o cerrado ".

 

FONTE; Agência de Notícias

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