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GOVERNO QUER ABAFAR A LAVA JATO DIZ EX-MINISTRO
POLÍTICA
Publicado em 11/09/2016

O ex-ministro Fabio Medina Osório, demitido nesta sexta-feira (9) do comando da Advocacia-Geral da União (AGU) por Michel Temer, afirmou que o governo do peemedebista "quer abafar a Lava Jato" e tem "receio" sobre os próximos passos da Operação Lava Jato. 

"Não tenho dúvida [de que sua demissão está ligada a esse episódio]. Fui demitido porque contrariei muitos interesses. O governo quer abafar a Lava Jato. Tem muito receio de até onde a Lava Jato pode chegar", disse o ex-ministro à revista Veja, na edição deste sábado (10). 

Osório reforçou na entrevista que a "AGU tem a obrigação de buscar a responsabilização de agentes públicos que lesam os cofres federais".

O ex-ministro entrou em conflito com o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha. De acordo com informações da Folha de S. Paulo, Padilha teria ficado incomodado com o pedido da AGU ao STF, por acesso a inquéritos de políticos envolvidos na Lava Jato -- ação que não teria sido comunicada à cúpula do governo. A intenção de Osório seria mover ações de improbidade e ressarcimento contra os políticos. Os inquéritos do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e do ex-presidente do PMDB Valdir Raupp (RO), são alguns dos que o STF autorizou acesso. 

Outra ação que aumentou as tensões entre Osório e Planalto foi a demissão de um dos adjuntos da AGU, Luís Carlos Martins Alves Júnior, que também defendia o afastamento da entidade dos inquéritos da Lava Lato. Osório também teve divergência com a agora líder da AGU, Grace Mendonça.

Em nota divulgada na tarde deste sábado (10), a AGU afirma que "diante das recentes notas e matérias em circulação na imprensa, a Advocacia-Geral da União, sob a condução da Ministra Grace Maria Fernandes Mendonça, vem reafirmar seu irrestrito compromisso com a missão constitucional que lhe foi atribuída na qualidade de função essencial à Justiça, destacando que as atividades institucionais continuarão pautadas pelos mais elevados princípios que norteiam a Administração Pública". 

 

Ao nomear Grace Maria Fernandes Mendonça para o posto, Michel Temer também tenta minimizar as fortes críticas que recebeu devido a ausência de mulheres em postos importantes de seu governo. Quando assumiu a interinidade, Temer apresentou um novo gabinete composto apenas por homens.

FONTE:JB

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